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terça-feira, 30 de agosto de 2011

O surto industrial na Bahia e a favelização da cidade de Salvador

Quando descrevemos sobre a industrialização de alguma sociedade o crescimento econômico e populacional vem sempre interligados. Normalmente esse crescimento e benéfico se olharmos para a economia, porem se olharmos para a poluição proporcionada e impactos ambientais essa opinião já muda, principalmente se incorporarmos o êxodo populacional proporcionado pelas instalações dessas fabricas.

A cidade de salvador a parti da década de 50 já começava uma significante industrialização, com os incentivos fiscais dados pelo governo as empresas que aqui se instavam-se, pela falta de oportunidade da população no mercado de trabalho e de investimento. Mas com essa industrialização trouxe consigo os problemas, com o aumento das empresas na área de salvador ocorreu um êxodo para a cidade, e as pessoas que não conseguiam se empregar ou até mesmo as que se empregavam o salário não dava para se manter e assim não tendo condições para se manter de forma digna, assim começaram a se alastrar as favelas que foram se alargando a medida que o tempo passava.

Hoje na cidade de salvado predominam as atividades de serviços como: turismo e comércio, mas é marcante o crescimento da industrialização. O Centro Industrial de Aratu, incentivou a instalação de unidades fabris, que têm crescido em número e diversificação de produtos. As principais indústrias são do setor têxtil, alimentício, de construção civil, e de transformação de couro, fumo e cacau. No quadro econômico destacam-se ainda a pesca e a agricultura. O pólo petroquímico de Camaçari, que industrializa o petróleo do recôncavo, funciona como centro de atração para diversas atividades da área industrial e comercial.

Apesar de ter ocorrido uma melhora enorme, no salário dos trabalhadores das grandes e pequenas industrias da região de Salvador e na região metropolitana, a qualidade de vida não é nenhuma das melhores do Brasil, e a favelização continua a crescer, pois os incentivos esperados pelos trabalhadores do governo não ocorre, e os trabalhadores continuam a ser os escravos do sec. XXI e a marginalização nas favelas só aumenta pela falta de incentivos
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A Evangelização dos Excluídos e a Demonização das Religiões de Matriz Africanas

A criação da religião evangélica data do século XVI, quando a Reforma Protestante estourou através dos escritos de Martinho Lutero, um sacerdote agostiniano que com a ajuda dos nobres implantou uma nova religião: o Protestantismo, hoje com várias ramificações dentro desta, sendo usado o termo “evangélico” para defini-las. Desde seu princípio essa religião foi aderida por nobres e só mas tarde aderiu de fato à população, mostrando que essa é uma religião manipulada pelos poderosos e que a população da classe baixa é só um instrumento de moldagem da vontade dos nobres.

Já as religiões africanas, consideradas opostas as religiões evangélicas, são “demonizadas”, ou seja, consideradas “conduta ruim” de seus seguidores, quando na verdade, qualquer religião, quando bem conduzida, pode enaltecer o ser humano. Com isso acaba havendo uma grande discrepância da realidade, já que a própria população negra, descendente dos africanos, é cada vez mais conduzida às igrejas evangélicas e cada vez mais deprecia o que deveria ser motivo de orgulho.

Hoje em dia há uma grande divergência entre as religiões de matrizes africanas e as religiões evangélicas pelo fato de adorarem a deuses diferentes em meio as suas culturas. As religiões de matrizes africanas, como o candomblé, são vistas como religiões diabólicas, por obterem uma forma diferenciada de culto das demais religiões derivadas do catolicismo, já que a igreja católica detém uma visão arcaica sobre as coisas, além dos seus pensamentos atrasados em relação a vida do mundo atual.

Ao entrar em uma região periférica é bem fácil ver diversas igrejas evangélicas espalhadas pela comunidade. Consideradas a salvação desta população apartada, essas igrejas se multiplicam e trazem consigo a mensagem de que entrando pela sua porta pode-se ser um cristão melhor. Muitos não consideram que entrando por qualquer porta, de qualquer igreja ou conglomeração ou até mesmo não fazendo parte de nenhuma delas, pode-se ser uma pessoa melhor,pois toda religião e filosofia de vida, quando levadas a sério no seu

princípio de espiritualidade e ajuda ao próximo, podem fazer sua realidade melhorar, já que para fazer um país crescer é preciso antes construir a consciência de que todos, independente de suas opções merecem o respeito e o direito assegurado de seguir o que considera melhor para si.

domingo, 28 de agosto de 2011

Jovens e adultos na periferia: “A fronteira ente a droga e a universidade”

A violência cresce cada vez mais em nosso país. Com ela o número de usuários de drogas também aumenta. A grande parte das pessoas envolvidas de alguma forma com a violência são usuárias de drogas.
É comum casos de uso e tráfico de drogas nas periferias das grandes cidades brasileiras, inclusive aqui na Bahia, este é o grande inimigo dos jovens. Uma de cada oito crianças com aproximadamente dez anos que vive próxima às áreas dominadas pelo tráfico tem pais que foram assassinados por traficantes de drogas. As crianças que se envolvem com este tipo de problema não chegam à idade adulta, e muito dificilmente, passam da adolescência.
Muitos dizem que droga é ruim, mas se fosse realmente ruim, porque ficaríamos viciados? Por isso a droga é boa, tão boa que passamos a ficar dependentes, logo na primeira vez ou ao decorrer do tempo. Acontece que quando nós usamos algumas dessas substâncias sentiram uma agradável e única sensação, o que nos leva a sempre usar mais e mais, para que possamos sentir a mesma sensação que sentimos ao usarmos pela primeira vez. Isso é a dependência.
“Pesquisa recente mostrou que um em cada quatro estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública brasileira já experimentou algum tipo de droga, além do cigarro e das bebidas alcoólicas. A idade do primeiro contato com esse tipo de substância caiu dos 14 para os 11 anos em uma década.”
Isso sinaliza um futuro bem ruim. Quanto mais cedo se experimenta uma droga, mais risco essa pessoa corre de ficar dependente da mesma. “As pesquisas também revelam que a maioria dos jovens sabe que as drogas podem se transformar num problema sério. Mas isso não basta para mantê-los longe de um baseado ou de um papelote de cocaína.”
Uma boa educação pode auxiliá-los a não se envolver com drogas. Como não deixar-se envolver com o que faz parte de sua realidade diária? De alguma forma o meio modifica o ser humano.
E é claro também que há um crescimento no uso de drogas em campus das faculdades brasileiras. À medida que surgem novos usuários, os organismos destes passam a ser tolerantes e é como se ficasse pedindo mais e mais.
“A Secretaria Nacional Antidrogas divulgou esta semana um estudo inédito no país que trata do uso de drogas entre estudantes universitários. O levantamento foi realizado em cem instituições de ensino superior pública e privada em todas as capitais brasileiras.

As conclusões são alarmantes: dos 18 mil alunos que participaram da pesquisa, 49% já experimentaram alguma droga ilícita pelo menos uma vez na vida.”

O que é a universidade para jovens e adultos marginalizados? Um sonho, alguns lutam e conseguem realizar, mas outros desistem, por terem que trabalhar para ajudar a família. Muitas crianças e adolescentes são veículos de suporte para o sustento família. Essas seduzidas pelo dinheiro buscam cada vez mais o tráfico ao invés de uma universidade, deixando-a assim, para segundo plano.
Jovens de hoje, adultos de amanhã, vivem um constante dilema, em nossa sociedade, relacionado as universidade (estudos), família (ajuda) e drogas (facilidade), principalmente os que habitam periferias, os que têm seus sonhos apagados por conta da exclusão.  Muitos garantem que se lhes tivesse surgido umas novas oportunidades, nunca teriam escolhido as drogas.

MOVIMENTOS SOCIAIS EM SALVADOR

“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010)

Como exposto acima no trecho, de um dos artigos da Constituição Federal, encontrado no Capítulo II – Direito sociais; todos os cidadãos têm direito a moradia, saúde e uma série de outras assistências, que na prática não são realizadas.

Por conta disso são criados os movimentos sociais que é uma expressão em grupo, uma ação organizada, compostas por pessoas que lutam pelos seus direitos comuns. Essas tentam mover a população com a sua causa e a importância da sua luta. Para muitos, os movimentos sociais são ações que geram conflitos, para outros, é transformar a estrutura do sistema com as práticas sociais e contraditórias.

Os sem teto são todas as pessoas que vivem de favor, debaixo de ponte ou pessoas que habitam em área de risco. O MSTS (Movimento Sem Teto de Salvador) foi fundado em julho de 2003, mostra a sua história desde o início do país, desde a invasão portuguesa em 1500, histórias de alegrias, tristezas, dores, atos de coragem e muitos outros. Este movimento provém do processo de exclusão social, dos negros, indígenas e pessoas da zona rural. Essas pessoas não têm direito a saúde pública, saneamento básico, moradias e trabalho. A maioria vive em barracas espalhadas pela cidade, ocupando terrenos vazios, porém são mal compreendidos e chamados de “invasores”.

Então, tentando reivindicar e melhorar os problemas adota-se a idéia do movimento, como afirma e critica o presidente da FABS (Federação das Associações de Bairros de Salvador), João Pereira: “A idéia de criar um movimento social em salvador surgiu a partir da nossa preocupação com os serviços essenciais que são prestados pelo município e que sofrem com a precariedade, diante da administração confusa da prefeitura”

Alguns lemas do movimento são:

“Organizar, ocupar e residir”

“Um, dois, três, quatro, cinco, mil. Queremos moradia ou paramos o Brasil!”

“Queremos teto pra viver!”

Eles tentam modificar a reforma urbana, garantir a moradia dos cidadãos brasileiros e também, os seus direitos e uma sociedade mais justa onde todos possam ser beneficiados com os seus direitos descritos, na então, Constituição Federal.

Diversidade cultural na periferia

Sim, podemos afirmar que a periferia é o lugar com mais misturas culturais de qualquer cidade. Misturas de ritmo, moda, folclore, raça, credo, dinheiro. Tudo que faz parte das características de uma sociedade.

A periferia das cidades pode ser considerada o local de maior diversidade cultural, segundo Edward B. Tylor cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade” Mas o que tem que ser observado, é a desvalorização da criatividade do morador periférico. Dito em alguns textos antes, a falta de oportunidade faz com que eles não possam expressar o que acham que é preciso melhorar dentro da comunidade em que vive através de sua arte.

A periferia hoje em dia vem marcada pela melhora social. Com uma mescla de novos na classe média, com aqueles que ainda são pobres, e os ricos, que porventura ali residem por opção, mostra a “nova periferia” que foi formada. Preste atenção neste trecho da música “sou favela”, da banda Parangolé:


“ Favela aê favela 
Favela eu sou favela
Favela aê favela

Oi já tá quase na hora 
Do meu bonde passar
Levando a galera que faz as loucuras
Pega no batente dessa vida dura
Que acorda bem cedo pra ir trabalhar

Mas que nunca perde sua fé
Que samba na ponta do pé
O alimento da alma é sonhar”

Podemos observar a caracterização e o modo de agir da população periférica se destacam, eles têm um modo único de ser, tornando-os de fácil reconhecimento, eles não tem vergonha de expor suas raízes e sua descendência, sendo esta de sua maioria negra e índia em Salvador, a população do subúrbio tem orgulho de sua “raça”, não escondem sua cultura independente do que os outros irão achar, falam que são do candomblé ou evangélicos, que ouvem Hip Hop e pagode, não se vestem das mais caras grifes, nem deixam de expor suas crenças pelo preconceito do outro. 

Periferia é isso. É mistura, é diversidade, é cultura, é verdade. É o meio que eles têm de expressar a sua realidade, e é o modo que faz as suas vidas tornarem-se um pouco mais feliz. É a parte da população que reflete a miscigenação formada no Brasil desde os idos da colonização.

A segregação e a segmentação espacial em nossa Salvador

  
  A cidade de Salvador é fruto dum processo histórico, e vem passando por transformações espaciais desde a chegada dos povos colonizadores. No início na colonização a Salvador era capital do Brasil e foi super valorizada e envolvida num processo de desenvolvimento demográfico, porém, com a passagem da capital para o Rio de Janeiro a Bahia de todos os santos entrou em declínio, e adquiriu vários problemas econômicos.
   No ano de 1950 a crise iniciou um processo de superação com a descoberta dos poços de petróleo encontrados no recôncavo, e a partir daí começou o desenvolvimento econômico, industrial e populacional garantindo a cidade uma popularidade e visão de futuro pessoal.
   A media que eram implantadas as indústrias, a migração da população interior vinha para desencadear o inchaço demográfico de Salvador. População pobre, sem capacidade de melhoria de vida devido aos baixos salários oferecido pelas indústrias, iam se acumulando nas áreas baixas de forma desorganizada, ao contrário das elites compostas pelos diretores, políticos e executivos, a alta sociedade, que moravam nas partes mais altas e com boa estrutura física.
   Daí foi se estabelecendo a divisão de bairros e regiões segregadas sociopoliticamente, onde das 88 áreas divididas pelo IBGE, apenas 7 são da população tipo superior, concentrada na  Orla Atlântica como os bairros da Pituba, Itaigara, Barra e Campo grande, o resto é preenchida pelas regiões populares e médias. Essa segmentação entre espaços devido ás classes socias gera uma desigualdade de atenção, onde os centros mais pobres ficam desamparados e o destino do apoio ao desenvolvimento dado pelos governos vão para locais mais desenvolvidos.
   As comunidades são compostas primordialmente por pessoas que frequentam o mesmo tipo de lugares, que tem familiares próximos, que trabalham num mesmo local, que levam o mesmo tipo de vida, podendo assim contarem um com o outro e permanecer sem que alí haja a discriminação, seja racial, como religiosa e ideal. Eles sabem que fora daquele meio seria difícil viver, e formam em cada conjunto habitacional uma nova cidade dentro da metrópole.
  Bairros e regiões de Salvador, lugares com diferenças sociais exacerbadas, meios que não se encontram, porém meios que se completam, montando a estrutura de desigualdade que é um problema não só da cidade de Salvador mas sim de todas as outras metrópoles brasileiras, e para elas deve-se chamar a atenção, para que o mundo melhor possa abranger toda a sociedade, e os canais de desenvolvimento possam ser mostrados aos quem mais o procuram. A segregação e a segmentação espacial em nossa Salvador, uma realidade.  
   

Juventude marginal e expectativas do futuro na periferia



   A juventude é um período da vida em que estamos aprendendo tudo o que é necessário para poder saber levar bem a vida num futuro próximo, porém muitos jovens não têm a mesma condição social ou até a mesma acessibilidade a alguns recursos para saber a diferença entre o certo e errado ou não tem o bom senso para entender isto, e também saber realmente se quer ter uma vida vitoriosa através de um bom emprego ou ganhar dinheiro fácil através do tráfico de drogas que está sendo uma saída muito usada pela maioria dos jovens no Brasil.
   A exclusão social também faz parte de contribuições para o problema da marginalização da juventude brasileira, e com base nisso algumas pessoas querem se virar contra a sociedade e descontar isso em todos, sendo que nem toda maioria tem algo com isso, porque algumas pessoas pobres se esforçam para conseguir ter um futuro bem estruturado.
    Essa marginalidade expressada pela juventude também pode ser uma forma de pedir ajuda, de pedir mais dignidade nas periferias, mais respeito, menos preconceito, menos desigualdade, mais educação, mais investimentos públicos. E como não vêem solução para os problemas na periferia eles acabam indo para o lado mais fácil, desistem de chamar atenção e vão para o mundo das drogas acabando muitas vezes morrendo cedo, trazendo tristezas para a família, roubando , matando, enfim fazendo tudo que é errado. Mas sem um ensino de qualidade nas escolas públicas fica mais difícil ainda esse jovem ter uma cabeça no lugar para pensar e agir de forma diferente e fazer como no passado que as reivindicações eram feitas de formas através de passeatas e manifestos muitas vezes pacíficos sem violência. Porque juventude é lutar por seus direitos e bater de frente contra esse sistema monótono que faz com que as pessoas sempre sigam apenas uma forma de viver dependendo de sua classe social, seu estilo, sua cor da pele e etc.
   Esses jovens marginalizados não têm a mesma expectativa de vida de uma pessoa nascida em um lugar de classe social favorável porque eles não têm o mesmo estimulo para os estudos, então no mundo das drogas a expectativa de um futuro bem sucedido é muito difícil, a morte esta sempre ali batendo a porta, porém tem uns que dão sorte e conseguem ser um grande traficante e acham que estão livres da morte, porém não é assim porque se não morre os policiais podem prender e aí eles vão perder uma grande parte de sua vida e muito depois de ficar na cadeia não tomam consciência de seus erros. Ou seja, o futuro é incerto para muitos na periferia, só que tem aquelas pessoas que sempre querem algo na vida e essas podem ser parte de uma pequena percentagem que conseguem sair da classe baixa e ingressar em alguma classe de boa estrutura familiar e financeira.
  Quem nunca ouviu falar que a juventude é o futuro do amanhã? No mundo milhares de pessoas afirmam isso, porém, poucas realmente entendem seu verdadeiro sentido. Todos nós sabemos que viver em uma sociedade como a de hoje se torna cada dia mais difícil para todos, especialmente para nós, jovens. Precisamos fazer varias escolhas, e muitas vezes acertar em tudo porque em um deslize você pode perder a oportunidade de ter um futuro brilhante. Não é porque a pessoa nasce na periferia que ela tem que continuar sendo pobre ou entrar no mundo das drogas, ela tem é que conseguir driblar todos os problemas e mudar sua vida para melhor.
   A marginalidade juvenil esta crescendo, mais tem muitas formas de se mudar isso e acabar com esse problema tão visível no dia a dia que esta cada vez mais aumentando e atingindo vários pontos no mundo, não podemos deixar isso continuar assim. Nós os jovens devemos de alguma maneira lutar contra e mostra pra todos que tudo pode ser melhorado se tivermos perseverança.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Subúrbio de Salvador: uma realidade apartada?


Como toda cidade brasileira que se preze esta cheia de altos e baixos, com seus bairros de primeira classe de um lado e suas aglomerações de casinhas populares de outro, Salvador não é diferente e nem fica para trás de nenhuma capital, ainda mais se o quesito for pobreza. Basta entrar na cidade por uma das principais BR para perceber que a desigualdade baiana é um fato do qual ninguém nem se preocupa em maquiar.
Há pessoas morando na beira de estradas literalmente, há pessoas morando em barracos e há também pessoas que não estão morando, apenas vivendo! Será que eles são invisíveis? Ou talvez não merecessem condições melhores? É dai que entra a solidariedade de quem teve uma sorte maior na vida de quem teve mais oportunidade para errar e poderem corrigir, todos devem ter a chance de estudar, de morar, de ter o que comer
Não existe ninguém em Salvador que não saiba sobre os subúrbios e o que esta acontecendo dentro desses subúrbios. Nós sabemos que as pessoas que vivem nos subúrbios vivem em condições precárias, como a falta postos de saúde, não possui saneamento básico, sofrem com a violência e perdem as crianças para o mundo do trafico de drogas.
Hoje em dia a realidade desses subúrbios de Salvador está mudando aos pouco, as pessoas com muita condição financeira estão se preocupando, estão querendo saber o que esta acontecendo lá dentro, os jornais estão sempre frisando sobre o que esta acontecendo e pedindo para o governo que tenham mais atenção, que se preocupem mais com os subúrbios.
Os subúrbios de Salvador é uma realidade que é impossível de esquecer ou até mesmo deixar de lado. As pessoas que vivem no subúrbio são símbolo da resistência e da luta por um lugar melhor.

domingo, 21 de agosto de 2011

Evangelização dos Excluídos & A Demonização das Religiões de Matriz Africana

Alguém já parou para pensar o “porque” de existir tantas igrejas evangélicas nas periferias? E o “porque” da demonização das religiões de matrizes africanas?  Nós, brasileiros, somos uma mistura de várias etnias, europeus, africanos e índios, entre outros... Acredita-se que precisamos crer em algo para podermos sobreviver. A religião é um conjunto de crenças sobre as causas, natureza e a finalidade da vida e universo.  São divididas em: catolicismo, judaísmo, protestantismo, etc.
De maneira estratégica, os representantes mais altos dessa hierarquia religiosa, se instalam nas periferias, onde sabem que vão encontrar um grande público interessado em suas crenças. Porém essa evangelização ocorre de forma muito preconceituosa e discriminatória, pois passa aos seus seguidores uma imagem desrespeitosa de seguidores de outras religiões, principalmente se tratando do Candomblé, religião de matriz africana.
“Alguns dos meus alunos, se tornaram pastores. Não por gostarem da crença, mas sim pelo fato de um pastor de congregação com cento e vinte membros ganhar aproximadamente seis mil reais, casado e com dois filhos” Afirma o professor de história Márcio Brito, do Colégio Estadual Bolivar Santana.
O candomblé significa: alegria e dança.  Uma série de críticas negativas recaiu sobre a religião, vistas como coisa do demônio, por igrejas de origem européia. Essas críticas acabam criando um cenário de preconceito e inibições para os praticantes dessa religião.  Hoje, em Salvador, vem crescendo o número de igrejas, mas isso é decorrente do aumento da violência, e a maioria das igrejas fundadas é evangélica, pelo fato da religião pregar a salvação e o amor ao próximo. Essas palavras criam falsas esperanças nas pessoas, que cada vez mais buscam essa religião, como forma de auxílio e salvação. Constituindo assim, a evangelização dos excluídos.
Quando os negros foram trazidos ao Brasil, desembarcaram com eles muitas de suas tradições, entre elas encontra-se o candomblé (muito repreendido pelos portugueses que consideravam o culto, feitiçaria). O fato de o homem branco se considerar melhor que os povos de origem africana, culminou uma série de preocupações para apagar as marcas dessa cultura.
Vamos acabar com o preconceito. Lembre-se, antes de se obter qualquer pensamento sobre algo devemos estudá-lo para não cometermos atos desrespeitosos contra outra pessoa, independente de sua religião, opção sexual, raça, ou seja, qual for o credo.

Juventude Marginal e Expectativas para o Futuro


“Jovens, o futuro do Brasil”. Essa frase que aos poucos se torna clichê, também passa a ser ultrapassada por conta do descaso dos líderes da sociedade capitalista e indo mais além, torna-se hipócrita.
A base para se formar um bom cidadão é por meio da educação, mas nos subúrbios esta não é de qualidade, não formam essas crianças e adolescentes para ser alguém na vida. Elas conseqüentemente com a vivência das ruas se tornam marginais, vivendo a margem da sociedade, sem projeto de vida, não podendo tornar a periferia um lugar melhor.
Uma sociedade é feita a partir do modo como seus cidadãos agem. No entanto, as ruas do subúrbio não ensinam os jovens a crescer, apenas a se marginalizarem mais, e assim a vida na periferia vai ficando mais difícil, não afetando apenas ela, mas toda a sociedade, já que ela é parte de um todo.
Alguém tratado desde a infância como um ser à margem da sociedade, por exemplo, é muito fácil de se voltar contra a realidade em que vive.  Jovem promissor do crime, muitas vezes por que já nasceu naquele meio, se vê como um cego em tiroteio: não tem para onde ir. Acaba assim trocando sua infância e adolescência por uma juventude marginal, que o leva aos caminhos mais tortuosos. As expectativas para um futuro livre e realizador de bons sonhos é afastada cada vez mais, até que o caminho passa a não ter volta, e o indivíduo passa a ser visto ou a se considerar um inimigo da sociedade.
A união das classes, com o aumentar da violência passa a ser utópica e seus integrantes a se tornarem cada vez mais individuais, sem olhar para o outro ou se colocar no lugar dele. Apenas sabe repreender quando nada tem a se fazer, de modo que a sociedade cria marginais, para depois prendê-los. Fato: o mundo marginal é, muitas vezes uma escolha do ser humano, porém será que se houvesse tido a oportunidade de se ver fora desse mundo a faria?
Alguns acham que pra se ter um futuro melhor, é preciso emprego. Para outros, educação. Mas no final de tudo é preciso oportunidade. A juventude de hoje encontra uma enorme facilidade, para o mundo do crime e das drogas por não terem a atenção das classes políticas, tal problema abrange essas pessoas de forma que o futuro do país acaba entrando em decadência, pois como será possível construir um bom futuro para o Brasil se este está sendo estragado hoje em dia?
Protestos, e manifestações por partes desses jovens sem expectativa de futuro, em busca de uma sociedade melhor, vem sendo reprimidos. Então, um país que reprime seus jovens de reclamarem das condições em que vivem tem vergonha do reflexo das suas próprias atitudes lá fora? Como ter vergonha das coisas que acontecem pelas suas próprias ações? É preciso mudar, e rápido!
  

Industrialização da Bahia e Favelizaçao


           A partir da primeira revolução industrial, as capitais da Europa tiveram grande aumento na população, pois naquele momento as outras atividades manufaturadas tinham sido deixadas de lado. A nova classe chamada proletária “invadiu” a cidade de tal maneira que não houve infra-estrutura que suportasse.
        Em Salvador aconteceu exatamente igual, no momento que as ofertas de emprego cresceram; a procura por uma vida digna acompanhou o processo. A idealização de uma melhor condição trouxe pessoas do interior para trabalhar na capital, porém na Bahia o estudo público e muito precário, ou seja, sem chances de boa remuneração.
       Pela própria historia vemos que quando a procura é maior que a oferta os preços tendem a aumentar e o surto de pessoas não ajudou na hora da escolha de uma moradia. O custo alto da vida na cidade grande obrigou aos trabalhadores arranjar novas alternativas, para se instalarem numa cidade desconhecida.
        Os lugares onde ninguém pensou em morar por fatos geográficos essas pessoas entraram e fizeram de moradia. Mesmo em morros, locais sujeitos a deslizamentos, terrenos baldios; fez com que amenizassem o sofrimento de estar longe da família, passando por apertos financeiros... Eles se refugiaram em lugares que, mas tarde foram ganhando população, daí começou o processo de favelização.
        Hoje em dia ainda existe preconceito e desprezo por grande parte da população. As pessoas só relacionam favela a coisas ruins como trafico de drogas, assalto... Contudo mal sabem elas que nas favelas também existem pessoas de bem, guerreiras, humildes que estão com os braços estendidos para ajudar ao próximo a qualquer momento ao contrário de muitos ricos.
       O que nos resta hoje é deixar de lado todo preconceito com pessoas que sua origem é a favela, o governo deve e está fazendo moradias em novos lugares para e não venha haver morte em períodos de chuva, para que suas moradias sejam estáveis, para que não venha se preocupar com o risco de morrer. Temos que abrir os olhos e devemos solucionar os problemas. 

Movimentos sociais em Salvador

                   
    Sem teto são todas as pessoas, que não possuem uma moradia fixa, que vivem de favor, ou em locais públicos. Tendo como exemplo a cidade de Salvador, encontramos um movimento, feito pelo os desabrigados. O conhecido MSTS (Movimento Sem-Teto de Salvador), possuíam mais ou menos, dois mil cadastrados no ano de 2006.
     Este movimento, foi criado em 20 de julho de 2003, na Estrada Velha do Aeroporto, sendo lá o seu primeiro assentamento para sem-tetos de Salvador. Esse possuía um lema, sendo esse: UM, DOIS, TRÊS, QUATRO, CINCO, MIL, QUEREMOS MORADIA, OU PARAMOS O BRASIL. Pedro Cardoso e Lúcia, são dois dos coordenadores do MSTS.
   Em 2004, as famílias que habitavam a fábrica da TOSTER, foram ocupar a loja de tecido Alfred. Nessa mesma época, Salvador possuía cerca de cinqüenta áreas de riscos condenadas pela Codesal, e que era habitadas por esses desprovidos de tetos.
A primeira passeata em agosto de 2003, teve doze quilômetros de percurso, partindo da Prefeitura Municipal de Salvador Nesses últimos tempos, as famílias que invadiram a fábrica da Toster em 2004, receberam uma moradia, após sete anos, de luta e espera, se esse povo esquecido pelos nossos governantes não fizerem o que fazem invadir mesmo , eles nunca terão um lugar pra morar , pra viver com sua família , por que casa e alimentação é um direito de todos os seres humanos, o dia-a-dia dessas pessoas é muito triste, ele estão ali em um lugar sabendo que a qualquer momento a policia pode vir e te tirar de lá.
Alguém no poder desse pais tem que fazer alguma coisa urgentemente pra ajudar a essas pessoas, que só querem uma moradia pra viver em paz com sua família, dizem que o Brasil, é um pais desenvolvido mais nas situações que o pais se encontra hoje, um pais que será sede da próxima copa do mundo  não pode, deixar que essa situação permaneça tem que mostrar que o Brasil realmente é um pais desenvolvido.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O SOM DA PERIFERIA



  A música é uma forma de arte, e como toda arte uma forma de expressão, um meio de comunicar ao mundo diversos assuntos.
  O termo hip hop significa “saltar movimentando os quadris”. É um estilo de dança de rua criado no final da década de 60, na Afrika Bambaataa. Possuia dois estilos, um deles se ligava com estilos africanos e outro tinha ligação com a forma de dançar da época. É o modelo do som mais utilizado na periferia como um meio de expressar necessidades e dificuldades enfrentada em seu cotidiano.
  O hap, o gafrite e o break significam, respectivamente, poesia cercada de ritmo, arte e dança. A forma de vestir de quem segue essa cultura é, em principal, boné e roupas largas; estas ultimas, por sua vez, auxiliam no movimento na hora da dança.
  Dentro da periferia, a música tem uma utilidade importante entre os jovens, ajudando a vencer o convívio com a violência e o tráfico, que os desafiam a todo instante.
  Aqui em Salvador, por exemplo, no bairro de Portão, surgiu uma banda de nome “Triplice Hip Hop”. Um dos objetivos da banda é mostrar a realidade dentro de uma periferia, que nem sempre é o que se vê estampada na capa de um jornal.
  Além de auxiliar os jovens a não ingressar na vida de violência, a banda possui um propósito muito importante, o qual é mudar o estereótipo de que todo morador de periferia tem ligação com a violência, assim, como deixa claro na descrição de uma de suas músicas, mais um de seus objetivos: Música - Minha Quebrada, autor: Rilk MC & Junior MC (Triplice Hip Hop) “mostrando o que tem de bom em nossa quebrada desmentindo as estatísticas da mídia que diz que propaga a mentira dizendo que aquí só tem bandido.”

O esporte na periferia



   Futebol, o esporte mais praticado por milhares de pessoas, cada vez mais vem ganhando espaço no mundo das crianças e dos jovens brasileiros. No estado da Bahia não seria diferente, há campeonatos, times internos de colégios públicos e particulares, onde os jovens se divertem em equipe. Mas não são todos que tem acesso as quadras bem equipadas e com uma infra-estrutura digna, ainda existem lugares periféricos que não possuem oportunidades de serem incluídos nos projetos sociais de esporte e lazer.
   É direito e dever do Estado promover o bem-estar dos jovens através dos projetos em parceria com ONGs, atletas, empresas privadas e associações de moradores. Embora esses projetos se concretizem muitas vezes na teoria deixando que eles fiquem a mercê da marginalidade. Nas grandes metrópoles, é um desafio aos governantes manter as estruturas físicas funcionando adequadamente, é visto que as quadras encontram-se muitas delas danificadas, os ginásios de esportes fechados, temos como exemplo o ginásio Antônio Balbino (Balbininho), em Salvador, as quadras de natação profissional são raras. Sabemos que um dos pilares do desenvolvimento humano é o esporte, porque mantém os jovens ocupados com cabeça, corpo e mente sã.
   O esporte é muito importante para qualquer individuo e para a sociedade, pois diminuem as probabilidades de doenças, de sedentarismo e ajuda na formação física e psíquica. É necessária a construção de instituições sem fins lucrativos de esportes na periferia, com objetivo de focar a atenção dos jovens no lazer. Esses jovens têm o esporte como um estilo de vida, onde pode abrir portas para ter uma qualidade de vida melhor, e poder sustentar suas famílias.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O som da periferia



Banda O Terreiro - CDP




A banda O Terreiro é da CDP (Cidade de Plástico), que fica no Subúrbio Ferroviário de Salvador (Periperi). Traz de volta a música baiana do fim dos anos 70 com o ritmo "swingado" e letras de cunho social. Com forte influência do ijexá, funk, hip hop, samba, ritmos do candomblé e a percussão de rua de Salvador. É composta por quatro jovens: Alisson Lima, Jorge Begó, Valzinho e Boca, que conseguem superar as inúmeras dificuldades através da música e transmitem um pouco de alegria para os moradores da sua comunidade através da mesma, o que é muito importante, já que vivem em condições desumanas e essa é a única forma de alegrá-los. São exemplos de jovens, mostrando que na periferia existem muitas pessoas de bem e que com esforço é possível alcançar objetivos. Usam instrumentos improvisados, não possuem um estúdio adequado, mas mesmo assim continuam lutando para vencer os obstáculos que a vida lhes impõe. As letras das músicas retratam a dura realidade em que vivem, como é mostrado no vídeo acima. Essa música relata como é a CDP (Cidade de Plástico) e as pessoas que nela vivem. São crianças passando fome, crescendo revoltadas, mulheres sofrendo com seus maridos. E nós que estamos do outro lado não queremos nos preocupar com a realidade do outro. Mas não é isso que devemos fazer, e sim pensar que o outro precisa da nossa ajuda, não devemos achar que não é um problema nosso e simplesmente ignorar ou fingir que não existem. Todos esses problemas sociais estão debaixo dos nossos olhos, precisamos fazer a diferença em meio a uma sociedade tão egoísta. 



“Tentamos a todo custo sobreviver em meio a uma cidade insegura, sem educação, sem saúde, sem oportunidades. Utilizando elementos regionais de origem popular, somando costumes e tradições em nossas canções, sintonizando a percussão de rua da Bahia com ijexá e afoxé, funk, hap, reggae e rock com a cultura africana, fazemos o que chamamos de "Moqueca Musical" com o tempero da terra.” 

O Terreiro.

domingo, 14 de agosto de 2011

Juventude marginal e expectativas do futuro


  
  Primeiro para falarmos de algo que envolve a periferia envolvendo a urbanização, precisamos entender o significado desta palavra. Periferia, em geral, refere-se ao limite de qualquer espaço ou objeto. Trazendo essa definição para as sociedades, periferias são aquelas regiões que estão afastadas do centro da cidade, e como em toda sociedade desigual, tudo que está afastado dos grandes centros, onde todos os olhos estão voltados, é excluído e desprovido de infra-estrutura. Assim são as periferias em qualquer lugar que formos, sem saneamento básico, sem segurança, sem iluminação, sem educação... E quem paga por isso é a população que lá habita, afinal, se tivessem uma condição financeira melhor não estavam ali, porém como muitos não têm essa condição recorrem a esses locais.
  A vida na periferia não é um “mar de rosas”, os jovens têm que lidar com a violência, o tráfico de drogas e a desigualdade social, sem contar com os inúmeros preconceitos que estes estão sujeitos. Com um ensino de pouca qualidade, é difícil mantê-los interessados para continuar freqüentando a escola, porque muitos precisam de um incentivo dos pais, dos professores. A grande minoria que vive na periferia termina a escola, afinal, é aí onde tudo começa, é aí que passamos, de fato, a compreender como é a vida deles e como será o futuro dos mesmos.
  Uma grande massa esmagadora da população, hoje, vive a margem da então “sociedade de fachada”. Esses jovens a cada dia veem os seus pensamentos de serem capazes de emergir, mudar sua realidade se tornarem cada vez mais distantes. As expectativas de futuro dentro de uma periferia são poucas, mas há exceções, como por exemplo, Marcela Apolinário, moradora do bairro de Alto de Coutos, no subúrbio de Salvador, revela a sua expectativa para o futuro e a realidade do seu bairro:
  “Eu nunca pensei em uma expectativa para o bairro, uma melhor infra-estrutura, porque aqui não tem nada. Aqui não tem espaço para o lazer.         Eu queria que fosse aberto um espaço que pudéssemos praticar esportes, artes... E que fosse montado vários postos policiais para que a violência e o tráfico tivessem um fim. Eu não me sinto fora da sociedade, mas eu percebo que as outras pessoas tentam fazer isso, por exemplo, as pessoas que têm uma classe social elevada e até mesmo os políticos, eles abrem a boca para dizer que se importam, mas não fazem nada para mudar. Eu não ligo para essas pessoas que tentam me por fora da margem porque eu sou como elas, sou iguais a elas, não me considero superior ou inferior e eu me esforço para mostrar isso”
  Outro grande inimigo dos jovens que moram na periferia é o tráfico de drogas. Uma de cada oito crianças com aproximadamente dez anos que vive próxima às áreas dominadas pelo tráfico tem pais que foram assassinados por traficantes de drogas.  Provavelmente crianças que se envolvem com o trafico nem chegam à idade adulta, e muito dificilmente passam da adolescência.
  Diante de todas essas realidades o futuro dessa juventude é incerto, pois não podemos falar em fim do tráfico de drogas, fim da violência, fim da prostituição infantil, se nada é feito para que isso mude. Primeiro deve-se incluir, e mostrar que cada cidadão dentro de uma sociedade tem seus direitos a serem aderidos e questionados. Vamos abrir os nossos olhos e estender as nossas mãos para estas pessoas, que também possuem sonhos, desejos, esperanças de viver em um mundo melhor e de fazerem parte da sociedade e que todos olhem de igual para igual para com elas.

Subúrbio: uma realidade apartada?


  “Subúrbio é lixo”. “Subúrbio é sujo”. “Subúrbio é escuridão”. Esses são alguns dos termos a que o subúrbio é assimilado, mas ninguém se questiona o porquê da existência suburbana ou até mesmo sua importância para o entendimento da sociedade.
  Subúrbio é uma palavra aportuguesada derivada do inglês suburb que significa sub-cidade. Veja bem. Sub-cidade. Ou seja, não é algo considerado presente dentro da cidade. É algo extra, fora dos muros invisíveis que uma certa sociedade metropolitana habita.
  Basta caminhar por diversas ruas da capital baiana que nota-se a abrangente barreira que separa as realidades dos moradores desta cidade. Tanto nos aspectos musicais, culturais, econômicos, educacionais, de segurança e saúde a periferia difere da alta classe, principalmente por falta de investimento da prefeitura, dificultando com que seus habitantes mudem essa história e se aproximem do restante da população.
  A periferia está amplamente distribuída em Salvador. Mesmo ocupando um espaço tão grande, essa porção da população ainda vive em outra realidade de onde é impossível sair repentinamente. O subúrbio de Salvador é como se fosse outro mundo fora da metrópole.
  A falta de infra-estrutura dessa sociedade e a demarcação territorial geram diversas conseqüências como a favelização do território, a habitação em áreas de risco, a desorganização da área, a revolta contra o Governo entre tantos outros problemas sociais. Isso deprecia muito a cidade, o estado e até mesmo o país.
  Devemos, pois lutar para a conquista de melhorias nas áreas do Subúrbio de Salvador, pois não possuem a atenção devida do Governo, fazendo com que vivam em péssimas condições de moradia, além da grande maioria de seus habitantes necessitarem de ajuda, ações socias, atenção para os seus problemas e melhorias no ramo da educação. A criação de projetos e ONGs são de extrema importância, por servir de base no momento de discutir seus direitos e planos de melhorias para a população em geral.
  O Subúrbio de Salvador merece atenção do Governo e de todos, além da cooperação de cada um para que se possa conquistar a melhoria de vida de seus habitantes, na área da moradia, educação, saneamento básico, pavimentação adequada entre muitas outras.  Lembrando que a mudança sempre vem de dentro para fora, mas muitas vezes é preciso de ajuda para se iniciar.
  Subúrbio. Uma realidade apartada e gritante, que necessita de cuidados, pois é de seu meio que nasce uma população carente de atenção e farta de abandono. Subúrbio é realidade, nua e crua. E sem lentes que a embelezem ou a escureça. Apenas é a realidade de algo evitado por todos, que não precisam vivê-la em seu seio, não sabendo que, de uma forma ou de outra acaba topando com ela em sua frente. E fechando os olhos.


Movimentos sociais em Salvador

         Os movimentos sociais são formas encontradas pelos seres humanos com o objetivo de ser notado, demonstrar seus pensamentos, reivindicar seus direitos e deveres para tornar melhor sua condição de vida e também o lugar onde vivem.
          Um grande exemplo foi O Dia Internacional das Mulheres no qual mulheres proletárias saíram às ruas queimando seus sutiãs, em busca de condições de vida e trabalho, e contra a entrada do seu país na primeira guerra mundial, com esse ato, foi marcada na história a superação e a garra das mulheres. 
         Em Salvador não é muito diferente, os movimentos principalmente suburbanos tem ganhado força e arrastado multidões como apoio e através desses novos pensamentos a sociedade tem se beneficiado. As pequenas revoluções têm dado lições de moral na sociedade, ensinando-as deixar de lado a futilidade, o egoísmo, a prepotência, etc. Dando uma visão acolhedora, prestativa e unida para alcançar os objetivos.   
         Essas mobilizações também abrangem movimentos de inclusão social, principalmente com crianças. O Grupo Cultural Bagunçaço é um grupo no qual começou com crianças moradoras de palafitas e hoje se estende por toda salvador, seu objetivo é ensinar as crianças a arte de viver e se expressar para que a sociedade em geral venha entender a situação de muitos que se encontram em precariedades.
         A falta de um lugar para viver despertou em um grande grupo que se chama MST, uma grande vontade de manifestações para poder serem enxergados na população. Entretanto o desemprego, a deficiência na saúde e na educação, tem impedido aqueles que não tiveram oportunidades de se destacarem em meio ao rebanho, deixando na mesma situação os manifestantes, mas tudo por causa de uma falha governamental.
       O que Salvador necessitada é dar ouvidos ao povo, pois somente “o povo” sabe o que passa no momento da dificuldade, no momento da falta de acolhimento dos cidadãos pela sociedade. 

sábado, 13 de agosto de 2011

A Evangelização Dos Excluídos E A “Demonização” Das Religiões De Matriz Africana

  
  Em nossa atual sociedade, podemos observar que existe claramente uma classe social “excluída”, ou seja, à margem da mesma. Integrantes deste grupo deparam-se diariamente com um cenário de violência, criminalidade e sofrimento, e muitas vezes a falta do básico para a sobrevivência, forçando-os a buscar algo que lhes dê apoio, fé, esperança e motivação para continuar vivendo. E é aí que muitos acabam optando por seguir uma religião, no caso, a que lhes é transmitida através de gerações, geralmente em nosso país o Cristianismo ou Catolicismo.
  Visto que, enquanto freqüentam a igreja ocupam o seu tempo mantendo-se longe da violência, drogas e etc., este pode ser considerado um ponto positivo, assim como o fato de estarem pregando algumas coisas positivas lá dentro. Mas, é fácil de notar que a maioria das pessoas adeptas a esses tipos de religiões possuem um comportamento desrespeitoso e hostil para com os adeptos de outros tipos de religiões, sendo intolerantes com outros modos de pensar e se manifestar, principalmente em relação às de origem Africana, como o      Candomblé, por exemplo, freqüentemente consideradas “Demoníacas”.
  A história do país é um fator determinante na formação do perfil psicológico dos indivíduos, logo, um dos motivos para tal intolerância é o fato de que os negros foram tidos como escravos e “não-humanos” durante um bom tempo no Brasil e no mundo. Esse olhar equivocado e preconceituoso foi passado através das gerações. A própria religião em questão, muitas vezes acaba transmitindo tal intolerância para quem a segue, de modo que, tudo que não vai de acordo com o que eles acreditam como o real e certo, é visto como opositor e merecedor de desprezo. Quando alguém cita um Orixá, por exemplo, certamente você já deve ter presenciado e até mesmo praticado um ato ou expressão de repugnância, como se aquilo fosse algo ruim ou uma ofensa, mesmo sem ter procurado se informar claramente do que se trata e como é tal cultura. E o mais impressionante é que quando apontados esses tipos de comportamento a uma pessoa praticante, muitas vezes ela leva como algo comum, normal, e é aí que está o problema, pois sem a conscientização, não existe mudança eficaz para uma postura mais respeitosa com o próximo, independente de sua religião ou crença.
  O primeiro e principal passo em direção dessa mudança de visão do outro, para melhor convivência em harmonia, é a boa educação, sem dúvidas. Uma educação de base, eficaz, que priorize as virtudes, a qual precisamos valorizar.

O surto industrial na Bahia e a favelização da cidade de Salvador


     O processo de favelização em Salvador se deu principalmente pelo aumento excessivo da população decorrente do surto industrial na Bahia.  Muitas pessoas vieram e ainda vem para a capital em busca de melhores condições de vida, e o principal responsável por isso é o sistema capitalista.
     Assim como nas outras metrópoles que estão na fase de desenvolvimento a Salvador está crescendo por meio da industrialização, que é a forma mais fácil e eficaz de ascensão pelo fato do alto índice de empregabilidade, fazendo com que haja a qualificação dos empregados, e é justamente por conta disso que faz com que a utopia seja criada.
   Cada vez mais empresas são abertas aqui, e consequentemente a população de outras cidades, em sua maioria do interior, tem a esperança de conseguir um emprego, e se deslocam para a capital atrás da melhoria de vida.  Como eles não sabem da realidade aqui presente, a imagem que se é passada completamente diferente da que existe, ocasiona  uma migração exagerada baseada em falsos fatos.
     A cidade acaba sofrendo um inchaço muito grande, daí surgem mais e mais favelas, que é a ocupação desordenada de morros e áreas inutilizadas da cidade onde casas são construídas em locais de riscos e todas amontoadas, porque essas pessoas não têm condições de morar em bairros nobres, nem médios e ainda, nem em um bairro mais simples. Para agravar essa situação, os moradores desses locais não têm ajuda do poder público, que os trata com descaso e não fazem nada para amenizá-la.
    E é a partir daí que se criam novas questões: Onde essas pessoas vão trabalhar? Vão viver? Enfim, levar uma vida digna? Porém essas perguntas não possuem respostas, nem a curto nem a longo prazo. E o único jeito é viver a partir de incertezas, trabalhando fazendo bicos e tendo que viver em locais desumanos, em constante contato com doenças, falta de saneamento, além da falta de segurança, que é dada tanto pela violência quanto pelos fatores geográficos, entre outros perigos que eventualmente possam acontecer.
   E tudo isso é a realidade da “Periferia”. É nela que estão localizadas as Favelas, as pessoas que não obtiveram sucesso na vida, os migrantes mal sucedidos, os supostos funcionários de tantas indústrias que poderiam lhes dar a ascensão tão desejada por todos.


Projeto “Construindo Sonhos”


Estudantes, professores e funcionários da Fundação Bahiana de Engenharia (FBE), engajados em um audacioso projeto de voluntariado, sob a coordenação do prof. Ronald Carvalho, apresentam o projeto “Construindo Sonhos”. A relevância deste projeto de voluntariado estudantil é, em linhas gerais, enfatizar a importância do exercício cotidiano da cidadania como forma eficiente de intervenção na sociedade.

Enquanto primeira etapa da “construção dos sonhos”, estamos construindo, numa parceria entre escola e a sociedade, a primeira biblioteca da comunidade carente conhecida como “Cidade de Plástico”, em Paripe, periferia de Salvador.

Este projeto objetiva proporcionar uma maior integração entre os estudantes da FBE e a comunidade externa, através de estratégias de intervenção prática que permitam maior exercício da cidadania por parte dos envolvidos. Da mesma forma, busca identificar os principais problemas enfrentados por grupos e/ou comunidades, relativos à supressão ou violação de direitos fundamentais, bem como verificar o grau de compreensão, de comprometimento e capacidade de enfrentamento das dificuldades vivenciadas, com intuito de contribuir para a sua superação.

O conteúdo deste blog, de iniciativa dos estudantes da FBE, visa chamar a atenção para aqueles que por vezes parecem invisíveis ao restante da sociedade. Neste espaço estaremos apresentando, (re)pensando e discutindo o olhar da juventude sobre a periferia!

Seja bem vind@ e sinta-se a vontade para dar a sua contribuição com esta iniciativa!

Turma do 2º Ano A