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sábado, 3 de setembro de 2011

A Evangelização dos excluídos e a Demonização das religiões africanas


   As condições de vida que são impostas a sociedade, é de um teor alarmante, pelo simples fato de que viver está difícil, e ter que dividir espaço com a violência, com o descaso na área da saúde e da educação é muito mais complicado, ainda mais se esta sociedade for marginalizada, e tenham que conviver com todos esses problemas, já que não existe nenhuma assistência por fins sociais, então talvez o único jeito de ascensão fosse através de Deus.
   Seria injusto dizer que nas favelas, existe uma “poluição religiosa”? Talvez não, porque justamente é isto que acontece, em cada beco, cada quebrada, sempre há um pastor, provido de uma das diversas religiões, tentando justificar as condições extremas que os marginais vivem, dizendo que Deus irá voltar, mas até lá muitas mães terão perdidos seus filhos pro mundo da violência. E se for dizer um lugar que mais ganha habitantes é este.
   Nenhum momento houve uma crítica dizendo que seguir uma religião seria uma perca de tempo, sendo que a partir do momento que se tem a fé, é certo que todos os caminhos se abrirão, mas também seria uma mentira acreditar que em todas as aquelas famílias que lotam as antigas garagens, e que hoje são templos, são as mais felizes do planeta, acreditar nisso era quase a mesma coisa que viver com vendas nos olhos, sendo impossibilitado de enxergar os índices de violência que a cada dia que passa, vem aumentando, achando que unicamente por frequentar essas instituições e ser um escolhido de Deus estão libertados das virtudes que o mundo pode oferecer. Acontece que nem todo mundo é um servo, e por conta disso é necessário que tenha uma grade e um cadeado para que a noite possa dormir, levando uma vida de prisioneiro, mas se Deus voltar de noite como vai ser? Seus fiéis nem vão ver, porque estarão trancados dentro das suas próprias cadeias, isolados da vida social com medo de tudo que possa acontecer, assim como aqueles que trazem insegurança a sociedade, e que dividem celas de delegacias com ratos.
    “Religião, Futebol e Política não se discute”, esse é um dos tipos de ditos bem conhecidos, quando existe uma diversidade de opiniões. No caso do futebol, os interesses aos times adversários são sempre os piores possíveis, fazendo criticas aos torcedores, jogadores e etc. Na política também não é tão diferente, quando um partido da oposição é eleito, ele se torna um alvo de culpas, até se o cano da pia estourar ele vai ser o responsável por isto, de uma forma ou de outra, este ato num se passa de um preconceito, pois existe a ideia de superioridade de seus interesses, subestimando assim a opinião dos outros. Assim como em todos os atalhos da vida, o preconceito também de se dá na religião. Sem tirar, nem pôr, de todas as vertentes religiosas, as religiões de matrizes-africanas, são as mais descriminadas pela sociedade, por um simples fato de essas terem uma imagem  dos rituais, mais comummente do candomblé, como uma simbolização do demônio, justamente porquê nesses acontecem uma sequência de atos exóticos e sobrenaturais como: sacrificarem animais, incorporarem entes perdidos, e o mais temidos de todos que é fazer macumba, na verdade macumba não se passa de uma denominação dada aos tambores  utilizados nos rituais, mas já para leigos, são trabalhos de força negativa, que possui um único objetivo o mal das pessoas. Essa visão que a sociedade possui dessa matriz já vem de séculos, essa foi criada por cristãos e protestantes, pelo fato deles veicularem essas matrizes afro-americanas ao demônio, justamente por não seguirem seus preceitos e terem uma visão de mundo, muito mais além do que ler uma bíblia, já que nesta matriz há o contato, enfim a invocação é um elo entre o mundo vivo e ao mundo do que já partiram.


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