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domingo, 14 de agosto de 2011

Juventude marginal e expectativas do futuro


  
  Primeiro para falarmos de algo que envolve a periferia envolvendo a urbanização, precisamos entender o significado desta palavra. Periferia, em geral, refere-se ao limite de qualquer espaço ou objeto. Trazendo essa definição para as sociedades, periferias são aquelas regiões que estão afastadas do centro da cidade, e como em toda sociedade desigual, tudo que está afastado dos grandes centros, onde todos os olhos estão voltados, é excluído e desprovido de infra-estrutura. Assim são as periferias em qualquer lugar que formos, sem saneamento básico, sem segurança, sem iluminação, sem educação... E quem paga por isso é a população que lá habita, afinal, se tivessem uma condição financeira melhor não estavam ali, porém como muitos não têm essa condição recorrem a esses locais.
  A vida na periferia não é um “mar de rosas”, os jovens têm que lidar com a violência, o tráfico de drogas e a desigualdade social, sem contar com os inúmeros preconceitos que estes estão sujeitos. Com um ensino de pouca qualidade, é difícil mantê-los interessados para continuar freqüentando a escola, porque muitos precisam de um incentivo dos pais, dos professores. A grande minoria que vive na periferia termina a escola, afinal, é aí onde tudo começa, é aí que passamos, de fato, a compreender como é a vida deles e como será o futuro dos mesmos.
  Uma grande massa esmagadora da população, hoje, vive a margem da então “sociedade de fachada”. Esses jovens a cada dia veem os seus pensamentos de serem capazes de emergir, mudar sua realidade se tornarem cada vez mais distantes. As expectativas de futuro dentro de uma periferia são poucas, mas há exceções, como por exemplo, Marcela Apolinário, moradora do bairro de Alto de Coutos, no subúrbio de Salvador, revela a sua expectativa para o futuro e a realidade do seu bairro:
  “Eu nunca pensei em uma expectativa para o bairro, uma melhor infra-estrutura, porque aqui não tem nada. Aqui não tem espaço para o lazer.         Eu queria que fosse aberto um espaço que pudéssemos praticar esportes, artes... E que fosse montado vários postos policiais para que a violência e o tráfico tivessem um fim. Eu não me sinto fora da sociedade, mas eu percebo que as outras pessoas tentam fazer isso, por exemplo, as pessoas que têm uma classe social elevada e até mesmo os políticos, eles abrem a boca para dizer que se importam, mas não fazem nada para mudar. Eu não ligo para essas pessoas que tentam me por fora da margem porque eu sou como elas, sou iguais a elas, não me considero superior ou inferior e eu me esforço para mostrar isso”
  Outro grande inimigo dos jovens que moram na periferia é o tráfico de drogas. Uma de cada oito crianças com aproximadamente dez anos que vive próxima às áreas dominadas pelo tráfico tem pais que foram assassinados por traficantes de drogas.  Provavelmente crianças que se envolvem com o trafico nem chegam à idade adulta, e muito dificilmente passam da adolescência.
  Diante de todas essas realidades o futuro dessa juventude é incerto, pois não podemos falar em fim do tráfico de drogas, fim da violência, fim da prostituição infantil, se nada é feito para que isso mude. Primeiro deve-se incluir, e mostrar que cada cidadão dentro de uma sociedade tem seus direitos a serem aderidos e questionados. Vamos abrir os nossos olhos e estender as nossas mãos para estas pessoas, que também possuem sonhos, desejos, esperanças de viver em um mundo melhor e de fazerem parte da sociedade e que todos olhem de igual para igual para com elas.

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